Donald Trump concedeu perdão total a Arthur Hayes, Benjamin Delo, Samuel Reed e Gregory Dwyer, ex-executivos da famosa corretora de criptomoedas BitMEX. Essa decisão inesperada gerou bastante repercussão no setor, especialmente considerando que os executivos haviam sido condenados por violar a Lei de Sigilo Bancário, falhando em implementar políticas de lavagem de dinheiro e mecanismos de verificação de identidade.
A medida foi anunciada por Trump na última quinta-feira (27), mais de três meses após a BitMEX ter sido multada em US$ 100 milhões por infrações semelhantes. Os fundadores da corretora enfrentavam penas que variavam de liberdade condicional a prisão domiciliar. Por exemplo, Hayes recebeu seis meses de prisão domiciliar, enquanto Delo, Reed e Dwyer tiveram penas mais leves, sendo essa última de apenas 12 meses, acompanhada de uma multa significativa.
Em uma declaração pública que afetou muitos investidores e analistas, Delo afirmou que o Departamento de Justiça agiu baseado em motivações políticas e tratou a BitMEX como um bode expiatório em meio a um cenário de regulamentações confusas. Ele e os outros executivos consideraram o perdão como uma reparação histórica, sublinhando que nunca deveriam ter sido acusados sob interpretações de uma legislação antiga.
Desde sua fundação em 2014, a BitMEX se destacou como uma das maiores plataformas de derivativos de criptomoedas, atraindo clientes de diversas partes do mundo, inclusive os norte-americanos, que podiam acessar os serviços apenas com um endereço de e-mail simples, sem os devidos processos de verificação de identidade. Essa operação, segundo o Gabinete do Procurador dos EUA em Manhattan, foi uma escolha deliberada dos executivos para promover o crescimento da empresa, ignorando as normas necessárias.
Com o perdão de Trump, Hayes e seus colegas se livram das acusações criminais, o que levanta discussões sobre a justiça e a aplicação seletiva das leis em casos que envolvem figuras proeminentes do setor financeiro. O episódio reacende o debate sobre a regulamentação do mercado de criptomoedas nos EUA e questiona até onde a política pode influenciar decisões jurídicas que impactam o futuro de empresas inovadoras.
Ainda deve-se considerar o caso de Trevor Milton, fundador da fabricante de caminhões elétricos Nikola, que também recebeu perdão do ex-presidente Trump. Estes episódios estão conectados e destacam a disposição do governo de intervir em situações que envolvem altos escalões do meio empresarial. Agora, tanto os ex-executivos da BitMEX quanto Milton buscam reconstruir suas reputações e focar na recuperação de suas carreiras, longe das acusações que outrora afetaram suas vidas.

