O Ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou um pedido da defesa do Faraó dos Bitcoins, Glaidson Acácio dos Santos, para a devolução de seu celular e outros dispositivos telefônicos. A defesa alegou que precisava acessar o material para preparar a defesa e ter a chance de contradizer as acusações, já que apenas a acusação teve acesso aos aparelhos. No entanto, a Procuradoria-Geral da República se opôs ao pedido, argumentando que havia risco em devolver os aparelhos, já que nem todos foram periciados e contêm criptomoedas e senhas que não foram compartilhadas com as autoridades.
Após analisar o caso, o Ministro Gilmar Mendes concordou com a posição da Procuradoria-Geral da República e negou o recurso da defesa do Faraó dos Bitcoins. Ele destacou que a defesa já teve acesso às provas contidas nos dispositivos eletrônicos, e, portanto, não havia necessidade de devolver os aparelhos. Glaidson Acácio dos Santos, que está preso desde 2021, confessou ter “criptomoedas em seus dispositivos para sua aposentadoria”. Ele e sua esposa, Mirelis Zerpa, foram os líderes da empresa GAS Consultoria, que prometia altos retornos mensais com investimentos em criptomoedas, mas acabou sendo desmantelada como uma pirâmide financeira.
Com a prisão dos líderes da GAS Consultoria, muitos clientes aguardam há anos para reaver seus investimentos, enquanto centenas de processos em todo o Brasil tentam responsabilizar a empresa pelos prejuízos causados. Apesar de Glaidson afirmar publicamente possuir R$ 400 milhões em criptomoedas, ele alegou que esses ativos estão reservados para sua aposentadoria. A decisão do STF de não devolver os dispositivos eletrônicos do Faraó dos Bitcoins visa evitar que seu patrimônio seja dissipado e garantir que a justiça seja feita no caso envolvendo a empresa envolvida em esquemas fraudulentos.