O Ministério da Justiça do Brasil anunciou um investimento significativo de R$ 8,6 milhões para a implementação de um avançado sistema de rastreamento de Bitcoin e demais criptomoedas. Este contrato será operado pela Polícia Federal e visa aprimorar as ações de combate à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas no país.
Com a assinatura do contrato ocorrida no dia 23 de outubro, o sistema ficará em operação por um período de 36 meses e contará com 51 acessos autorizados para equipas de investigação. Este software permitirá que as autoridades rastreiem transações em tempo real, facilitando a identificação de conexões entre carteiras e possíveis origens ilícitas dos recursos movimentados.
O sistema é uma parte crucial do plano do governo de fortalecer a fiscalização sobre as criptomoedas, especialmente em um cenário onde estas moedas digitais estão se tornando cada vez mais populares entre os brasileiros. Além do Bitcoin, o sistema também será capaz de rastrear outras moedas digitais como Ethereum, Tron, Dash e XRP.
A empresa vencedora do processo licitatório foi a Iafis Systems do Brasil Ltda, especializada em soluções de investigação digital e segurança pública. A concorrência teve uma ampla participação, com mais de 11 empresas disputando o projeto, destacando o alto custo e a importância de um software de alta precisão para o monitoramento das transações. Algumas propostas chegaram a ultrapassar a marca de R$ 40 milhões, mas a Iafis conseguiu vencer oferecendo o menor valor unitário.
Os objetivos centrais da implementação deste sistema incluem:
- Rastrear e analisar transações baseadas em blockchain
- Mapear vínculos de endereços de criptoativos relacionados a práticas criminosas
- Oferecer suporte para investigações de crimes financeiros que utilizam criptomoedas
O ministério ressaltou que a intenção não é restringir o uso legal das criptomoedas, mas sim garantir que o ambiente digital esteja livre de ações criminosas. Com a popularização das criptos, o governo busca adotar ferramentas modernas para prevenir fraudes e manter a integridade do sistema financeiro. Essa iniciativa marca um passo importante na regulamentação do setor de criptomoedas e na adaptação das leis brasileiras às realidades da economia digital.