Recentemente, Sunil, um importante representante dos credores da FTX, fez declarações alarmantes sobre a recuperação financeira dos credores da exchange falida. Em uma avaliação chocante, ele afirmou que os credores podem receber apenas uma fração do que foi inicialmente esperado, com taxas reais de recuperação variando entre 9% e 46%.
Após o colapso da FTX em 2022, a expectativa de um ressarcimento robusto foi rapidamente ofuscada pela realidade das criptomoedas. Com a valorização inflacionada do Bitcoin, Ether e Solana, o valor do que será recuperado é drasticamente menor. Por exemplo, enquanto o preço de resgate do Bitcoin estava em US$ 16.871, o valor atual supera os US$ 110.000. Esse cenário indica que um ressarcimento planejado de 143% em moeda fiduciária equivale a apenas 22% do valor real do BTC.
Além disso, a recuperação de 143% do Ether representa cerca de 46%, enquanto a do Solana é reduzida a apenas 12%. Esses números destacam o impacto devastador que a volatilidade das criptomoedas teve sobre os credores da FTX.
Sunil também levantou a questão da “recuperação extra” através de airdrops de projetos externos direcionados aos credores da FTX. Ele mencionou que iniciativas como a Paradex podem oferecer oportunidades adicionais de compensação. Segundo ele, os credores da FTX são vistos como ativos atraentes para projetos que buscam engajamento e suporte.
A primeira rodada de pagamentos aos credores foi realizada em 18 de fevereiro, totalizando US$ 1,2 bilhão. Em maio, o FTX Recovery Trust fez seu segundo pagamento, que somou US$ 5 bilhões. Este pagamento abrangia diversas categorias de reivindicações, com os credores de clientes da Dotcom recebendo 72% e os de clientes nos EUA, 54%.
No entanto, o cenário não é promissor para aqueles com empréstimos gerais sem garantia ou garantidos por ativos digitais, que devem receber apenas 61%. Espera-se que os fundos sejam disponibilizados via plataformas como Kraken e BitGo em até dois dias úteis.
Do lado jurídico, o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, se prepara para uma audiência de apelação marcada para 4 de novembro. Ele enfrenta uma pena de 25 anos e argumenta que a gestão dos fundos dos clientes foi distorcida, levantando questões contínuas sobre a ética e a legalidade envolvidas na operação da FTX.
Este desenvolvimento destaca não apenas as falências e fraudes no setor de criptomoedas, mas também o papel complexo que essas realidades desempenham nas finanças globais. O que virá a seguir para os credores da FTX? Somente o tempo dirá, mas a situação atual é um lembrete do quão volátil e arriscado o mundo das criptomoedas pode ser.