FMI Reconhece Bitcoin como Ativo Digital com Novo Manual de Padrões Globais

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou uma atualização significativa em suas diretrizes sobre como as nações devem registrar suas transações econômicas internacionais. O novo documento, denominado BPM7 (Balance of Payments and International Investment Position Manual – Sétima Edição), introduz uma categoria específica para ativos digitais, incluindo o Bitcoin.

Esta mudança é emblemática do impacto crescente da digitalização nos sistemas financeiros globais. O FMI finalmente reconhece que novas tecnologias não apenas mudaram a forma como realizamos pagamentos, mas também os próprios instrumentos de transação.

O Bitcoin é classificado no novo manual como um ativo digital fungível, o que significa que pode ser trocado por outro de igual valor e fracionado em partes menores. Importante notar que, ao contrário do dinheiro eletrônico, que é considerado um passivo do emissor, o Bitcoin é um ativo que não representa dívida de ninguém.

Isso leva à sua classificação como um ativo não financeiro não produzido, algo que possui valor, mas que não é originado dentro da economia produtiva tradicional. Essa distinção é crucial, pois sinaliza uma mudança de paradigma sobre como os ativos digitais são percebidos e registrados nas economias modernas.

Além de reconhecer o Bitcoin, o manual BPM7 também foca no crescimento das plataformas financeiras digitais. Essas plataformas atuam completamente online, conectando investidores a credores e facilitando transações sem intermediar recursos em nome próprio. O objetivo é prover serviços que impulsionem a economia digital sem a necessidade de ser um intermediário financeiro tradicional.

O destaque a criptomoedas e outros ativos digitais em um documento de referência global reflete que as finanças descentralizadas não são mais uma parte marginal das discussões econômicas, mas sim um elemento essencial para entender o sistema econômico contemporâneo.

Embora o BPM7 ainda esteja em formato de rascunho, a inclusão do Bitcoin e de outros criptoativos representa um passo decisivo para a adaptação de governos, bancos centrais e investidores às novas realidades do mercado. O reconhecimento formal do valor digital, descentralizado e registrado em blockchain abre novos caminhos para as práticas contábeis e regulatórias no setor financeiro.

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