97% dos Bancos Centrais Rejeitam Bitcoin, Mas Estão Empolgados com a Tokenização

Um recente relatório do OMFIF destacou que 97% dos bancos centrais estão relutantes em incluir o Bitcoin em suas reservas soberanas. Somente 3% consideram essa possibilidade para os próximos anos. As principais preocupações giram em torno da volatilidade, segurança e falta de regulamentação, que ainda são barreiras significativas para a adoção desse ativo digital.

Os especialistas também enfatizam que tanto o Bitcoin quanto os criptoativos em geral não satisfazem os critérios fundamentais exigidos para um ativo de reserva. Em um panorama econômico e geopolítico instável, a utilização do Bitcoin se restringe a países periféricos, onde a aceitação desse ativo como reserva é mais uma aposta especulativa do que uma decisão baseada em fundamentos sólidos.

Além disso, o relatório elenca quatro obstáculos principais que dificultam a adoção do Bitcoin como ativo de reserva soberana. Primeiro, o Bitcoin é visto como um ativo de risco, cuja valorização é mais fruto da especulação do que de sua natureza descentralizada e escassa. Segundo, as flutuações abruptas de preço podem prejudicar o objetivo de preservação de capital.

O terceiro ponto é a vulnerabilidade a fraudes e hacks, que apresenta riscos inaceitáveis para os gestores de fundos em nível soberano. E por último, a falta de regulamentação robusta globalmente e a percepção de que o Bitcoin está associado a atividades ilegais ainda permanecem como barreiras significativas.

Por outro lado, apesar do ceticismo em relação ao Bitcoin, alguns bancos centrais estão explorando o potencial de ativos digitais. As stablecoins, em particular, aparecem como uma alternativa viável, uma vez que buscam manter uma paridade com moedas fiduciárias, eliminando a volatilidade que torna o Bitcoin menos atrativo como reserva. Contudo, mesmo as stablecoins não estão isentas de críticas, especialmente quando se considera seu impacto na soberania monetária dos países em desenvolvimento.

O foco, então, se desloca da adoção do Bitcoin para a tokenização de ativos reais. Essa abordagem promete modernizar as infraestruturas financeiras, e 10% dos bancos centrais planejam aumentar suas alocações em ativos digitais nas próximas décadas, com um olhar especial em títulos tokenizados. A tokenização pode não apenas melhorar a eficiência, mas também reduzir riscos associados a crédito.

Contudo, o relatório adverte que a implementação plena dessa tecnologia será um desafio, exigindo a criação de novos modelos de governança e uma transição cuidadosa de sistemas legados para um ambiente digital mais coeso e interoperável. A colaboração interinstitucional será fundamental para o sucesso dessas iniciativas no futuro.

Mais notícias

Pesquisar

Sumário